Friday 29 May 2009

Estou à dois passos...

Minha cabeça tá girando...
A Dri foi...
A Vall vai...
Fui expulsa da escola...
Tomei um bonde da suíça que ia morar comigo...

Estava tudo certo pra morarmos juntas, ela mudaria na terça e no domingo disse que não ia rolar. Eu, que já tava daquele jeito de grana, perdi a grana do deposito das meninas e ainda vou ter que morar sozinha por 1 semana, pagando o valor cheio, que vai ser o do depósito.
Ontem a suíça me chamou pra ir morar com ela sem pagar nada para tentar consertar a cagada (olha, já sei fazer drama e chantagem emocional em inglês!), mas aí descobri que seria eu, ela e o EX-NAMORADO dela no mesmo quarto, até ele sair... o que eu to ouvindo há uns 2 meses... nem rola, vai ser o tipo de coisa que eu sei que não vai dar certo.

De boa, tô cansada de problema. Com estas coisas, eu não vejo a hora de voltar, ainda mais que sem as meninas tá dando um medo... Mas por vezes é tão bom estar sozinha, longe de tudo... Se sentir responsável e irresponsável ao mesmo tempo, poder ir e vir, não dar satisfação, não ter ligações. Maaasss... e minha mãe, meus gatos, meu irmão, meus amigos, meu canto, meu canto de verdade? É tão mais gostoso conversar em português, rir em português, escrever em português... e nada como acordar e lançar um "bom dia" pra quem está ao seu lado... são estas coisas que ganham um valor inacreditável.

Mas eu tenho medo de voltar sabia? E este medo tem crescido cada vez mais. Todo mundo fala que tudo no Brasil continua sempre igual. Não sei... Recentemente, passei por uma situação delicada - que por imaturidade não evitei, por confiar demais me magoei - que me fez repensar se iria voltar, e por um momento decidi que ficaria aqui. Quando vim queria apenas ficar longe do que não me fazia bem, e quando já estava tudo bem, eu voltei à estaca zero do sofrimento. Aliás, à estaca -78... Fases da vida. Mas quando eu vi que ficar aqui só me afastaria da minha real felicidade (quem tem a mãe que eu tenho sabe disso) eu vi tb que seria imaturo ficar. Meu futuro não é aqui, longe. Meu coração nunca veio pra cá. Eu vivi demais, me diverti demais, mas meu coração fica pequeno quando lembro de tudo que tenho no Brasil.

Tenho que enfrentar tudo de coração aberto, tentar perdoar e esquecer tudo que passei, ou pelo menos aprender algo com isso. Aprender que a gente nunca conhece ninguém. Ninguém mesmo. E se surpreende com isso, pois às vezes pessoas que vc nunca sequer viu te surpreendem, mas aqueles com o qual vc dividiu tudo... são os que te fazem perguntar quem são na realidade. Mas que esta talvez seja a graça da vida, vai saber?

Ah, notícias: Vall ganhou a aposta, vai ter a calça da Diesel dela... e eu, to comendo que nem uma doida esta semana... De novo, fases da vida... Fiquei 2 semanas sem conseguir engolir um nada, e agora... dá licença que eu to indo começar um novo pacote de cookie e outro pote de nutella...

Amo!

Monday 25 May 2009

Thank you...

Quem me conhece sabe o valor que eu dou para as pessoas. Minha vida gira em torno de fazer o melhor para meus amigos, seja os ajudando com uma boa risada, uma piada, seja sendo um ombro amigo, seja dando um chocolate, fazendo um bolo, comprando um mimo. Eu gosto de ser assim.
Muitas vezes me magoei com isso, porque esperava, mesmo sem admitir - querendo ser um "espírito evoluído" - que tivesse o mesmo tratamento de volta. Queria que todos dessem à mim tamanha importância que dou à eles. Mas isso é impossível, pois as pessoas são diferentes umas das outras, e cada um demonstra de uma forma muito pessoal, e nem sempre como a gente espera. Me decepcionei, chorei, me magoei muito com isso, e um dia decidi que nunca mais seria assim. Durou 5 minutos. Não consegui, porque a alegria de ver o sorriso no rosto de um amigo para mim é inexplicável.
Ao vir para Londres, um mundo novo, todo desconhecido, a gente se entrega à pessoas novas, confia, ama, a amizade vira de infância, é tudo intenso, e quase sempre maravilhoso. Continuei com meu jeito e apanhei, mas também descobri uma coisa maravilhosa. 2 pessoas especiais...
A primeira, uma amiga de infância, desde os tempos de escola, com uma amizade nunca antes abalada. Mas morar junto é complicado, é dividir problemas, angústia, cansaço, personalidade. É ouvir, reclamar e fingir que não ouve também. É compartilhar frustrações. Foi difícil, foram brigas infindas, mudança de casa, de quarto, rancor, mágoa. Mas a segunda pessoa especial me definiu bem o que é isso: um relacionamento entre irmãs, onde não existe limite de respeito, com uma convivência intensa, uma disputa de espaço. Irmãs. Amigas. Mais que isso, AMOR. É querer o bem dando bronca, é passar a mão na cabeça contra a vontade. É dividir a cama, o prato, o garfo - e a escova de dente por acidente! É cortar o cabelo, a franja, pintar, fazer a unha, escova... É ficar sem shampoo no meio do banho, é dividir a toalha no primeiro dia de viagem - e carregar a bagagem pesada que não era sua. É dormir 2 horas de sono entre a balada e o trabalho com a amiga bêbada que não conseguia nem subir no beliche. É ouvir duzentas vezes a mesma história, e rir!
A segunda, uma colega-amiga de faculdade, onde os trabalhos e rotinas sempre atrapalharam uma convivência mais estreita. Uma pessoa especial, que sempre esteve presente em festas e aniversários, em pagodes, baladas, churrascos. Uma amiga que sempre tentava reunir a turma e todo mundo sempre furava. Um dia, ela por acaso decidiu vir pra Londres, sem saber que eu vinha, e sem nem acreditar que eu realmente viria. Vamos morar juntas lá? Ah, ok... sem fé.
E ela chegou. E com ela, figuras de linguagem, uma boca muito suja, um mau humor do cão e uma amizade... simplesmente nunca antes imaginada. Virou um amuleto, um ponto de apoio, uma confidente. Com ela, novas histórias, segredos, trocas de roupas, confissões, risadas, danças (ela tem É o Tchan no iTunes) e aprendizado. Com ela, a corrida, as tentativas de dieta, o aumento da compulsão pelo chocolate. Veio também o namorado dela, que nem veio, tá num país vizinho, mas virou "parceiraço".
Eu não passei um dia sequer em Londres sem dar risada com elas. sem reclamar, sem sofrer, sem camelar, mas sem me divertir. Deve haver alguma explicação espiritual do porquê estamos aqui juntas. E com elas, eu descobri que sim, eu tenho muitos amigos especiais que se importam comigo assim como eu me importo com eles. Eu precisei delas e elas estavam lá pra mim. Eu preciso delas e elas estão aqui pra mim. Eu chorei, eu sofri, elas me consolaram. Eu quero, elas fazem. E se elas quiserem, eu faço também.
A fase mais díficil da minha vida foi compartilhada com duas pessoas, Valéria e Adriana, que não mediram esforços pra me apoiar, pra me ajudar, pra me consolar e me fazerem rir de novo. Saudade, muita saudade, dor - Zé Meningite - mas muita dor mesmo. Tristeza. Decepção. Nunca vai existir palavras para agradecê-las.
Mas a Vall e a Dri estão pra ir embora. Vão deixar uma Michelle que vai tentar absorver e utilizar tudo que ela aprendeu com as duas pessoas mais especiais que Deus não poderia colocar na vida dela em melhor hora. E a Michelle aprendeu que fazer o bem continua sendo indispensável, mas ela aprendeu a ponderar. Que os amigos verdadeiros são que se importarão sempre e são com quem eu devo passar meu tempo. Aprendeu a se conhecer e ponderar seus sentimentos também. Ela vai ficar aqui fazendo esta "lição de casa", porque quando voltar ela vai ter que reportar tudo para estas duas pessoas que não se cansam de me perguntar como estou, se eu comi, pra eu não beber, pra eu cuidar do braço, pra eu arrumar minhas coisas...

Thursday 14 May 2009

Aquele abraço!

Taí uma pessoa grata pelos amigos maravilhosos que tem, aqui e no Brasil... sem vcs eu não seria, não teria, não faria...

Dri e Vall, apoio e suporte incondicional, me aguentaram até o final! (mas ainda não acabou rs)
Martinho, velho amigo, me faz rir mas me faz pensar.
Flow, com palavras essenciais e um jeito puro e simples.
Lu e Fon, tanto tempo juntos. Fon voltou e Lu ainda me aguenta. E a Fon ainda procura!
Milteira, uma paciência e ajudando mesmo sem saber as palavras.
Maroka, Giani, Alinoca, Shey, Renatinha... apoio, apoio, apoio...

Samation, puta preto, como eu te amo... quanto tempo demorei pra entender isso hein?

Chucru tá rindo e é feliz graças à vcs!

:)

Saturday 9 May 2009

Nothing sweet about me...

E a Vall acabou de sair pra Barcelona... que inveja!

E nada de resposta do home-office sobre meu visto, além da última no final de abril, que eles retornaram TODOS os meus documentos porque eu sorri na foto que mandei. E BRASILEIRO EM LONDRES TEM A OBRIGAÇÃO DE NÃO ESTAR FELIZ.

Tô guardando todas as minhas energias pra quando estiver "legalizada". Já tenho meu ingresso pro show do U2 em Dublin dia 27 de julho (sooooonho realiazaaaadooooo) e a idéia é ir pra Espanha e Croácia. Se der tempo - e dinheiro - incluo a Itália antes de voltar pra minha terra. Pra quem achava que iria visitar um país por mês e veio junto com uma crise violenta, tá mais que bom!

E por falar em crise, o último mês na minha vida foi desgastante. Alguns problemas brasileiros me ocorreram, que ocuparam minha mente e afetaram meu corpo. Nesta última semana então, foi aquela que eu nunca me imaginei passando. Eu, com o estômago simpático que tenho, fiz o favor de recusar alimento, qualquer que fosse não entrava, me enjoava... ainda estou me recuperando, comendo pouco mas bem melhor. As meninas ficaram super-preocupadas tadinhas. Não adianta, eu não posso me estressar zero que meu estômago se infeza, incrível...

Mas vamos voltar um pouquinho... Aí eu resolvi ser fitness e comecei a correr no Hyde Park. Tava tudo ótimo, me sentindo ótima, viciando já - correr me afasta da realidade e cansa meus monstrinhos - quando meu ombro deu pau. Pra quem não sabe o Zé Meningite aqui tem bursite, e ela resolveu dar as caras mais uma vez. Concluímos que o motivo foi a corrida, pelo
movimento robozinho... vai saber... Não consegui trabalhar, fiquei super de molho, mal mesmo, depressiva, querendo voltar pra variar. Fiz finalmente o registro no GP, passei com uma médica que me receitou analgésico (melhor palavra em inglês: PAIN KILLER. Ou "assassino de dor") e anti-inflamatório. 11 (ONZE) remédios por dia. E o estômago, foi pro saco...

Ombro melhor, barriguinha melhor, cabeça melhor, alma se recuperando... Tudo entrando nos eixos. Tenho que preparar porque em algumas semanas perco meu suporte em Londres, meus amuletos, minhas protetoras, defensoras e companheiras. Vou morar com uma suíça do pub, a Martina (a mesma que me fez passar a noite no hospital pq entrou em coma alcóolico, olha isso) que é um doce, mas vamos ver no que dá.
Muito tempo sem escrever, muita coisa ao mesmo tempo, mas por enquanto é isso. Temos ido à muitos musicais, o que tem sido fantástico. Vimos Dirty Dancing e Thriller, semana que vem será Phantom e Priscilla... UEBA!!!!!!

Bjomeliga!!! (saudade da Ninaaaa!)